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.ticuna: Guardiões Da Floresta

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    Descrição

    .Ticuna: guardiões da floresta Maria Auxiliadora Coelho Pinto Manaus: EDUA; São Paulo: Alexa Cultural, 2020. 14x21cm - 132 páginas ISBN - 978-85-5467-145-7 A nação brasileira é constituída por inúmeros e diferentes grupos étnicos, com saberes, costumes, crenças, histórias e culturas que resistem ao tempo. Nessa trajetória há lutas e resistências. Apesar dos conflitos entre essas populações sujeitas ao processo de constituição da modernidade, suas aldeias e/ou comunidades indígenas preservam e valorizam os seus processos culturais. Os povos tradicionais se diferenciam entre si e das demais culturas pela maneira que se organizam, como explicam a sua origem, de como se relacionam com o espaço natural e como pensam e explicam o mundo percebido e vivido, pois qualquer relação demonstrada através da cultura está relacionada a algum tipo de simbologias e significações. Atualmente, há muitas transformações inerentes à cultura indígena e essas transformações podem estar relacionadas a várias causas e fatores do mundo atual em processo de transformação, mas, a luta desse povo continua não apenas para defender seus limites territoriais, seguem suas lutas no sentido de preservar o arsenal cultural de suas comunidades indígenas. Para esse povo, a floresta é provida de uma majestosa exuberância e de muitos mistérios. Entre esses mistérios, existem os seres protetores e guardiões da floresta que lá vigiam, cuidam e protegem, mas também se rebelam contra àqueles que tentam invadí-la. Nela existe uma variedade de espécies de Fauna e flora que vem revelando uma riqueza da tradição do povo amazonense. Valorizar tudo isso requer um esforço, pois as comunidades indígenas apresentam suas facetas pela forma como se constituem às margens do rio, onde os povos da floresta têm o convívio de harmonia com a natureza e, é dela e dos rios que vem o seu sustento. Mas estes guerreiros enfrentam muitas vezes, a chuva, o frio, a picada dos insetos, além de dividir o espaço com os animais, mas nutrem a esperança de dias melhores para as suas vidas, suas famílias e para a suas comunidades. Em cada amanhecer seguem rumo em suas canoas e navegam ao som do banzeiro e de seus remos, pois a estrada é longa, transbordada de água. Alguns, no trajeto, mudam para a estrada de chão e se permitem seguir o rumo do vento se expondo ao Sol ou chuva. Vivem constantemente uma grande aventura. São sujeitos que enfrentam dificuldades em busca de sua sobrevivência. Estes sujeitos são protagonistas de uma infinidade de ações desenvolvidas na terra, na natureza e nos rios através de suas intervenções socioculturais, econômicas, artísticas e outras. A floresta fornece o sustento, pois é um patrimônio cultural, os animais fornecem carnes para alimentação, tem plantas medicinais que curam qualquer tipo de doenças, existem as árvores que fornecem a madeira para fazer vários objetos. Até a cura vem da floresta por intermédio dos espíritos que ajudam no ritual da cura sob a responsabilidade dos pajés. Lá, existem os guardiões da floresta. Estes, são identificados através dos mitos O mito atrai pelo seu sentido e significados, porque é através dele que surge a interpretação, os fenômenos e seus papéis como na sua organização social. Entende-se na cultura indígena que os seres sobrenaturais protegem os humanos, e também orienta como viver na natureza compreendendo a sua importância, participando na constituição dos fenômenos vividos ou admirados. Isto não significa que os homens fechem os olhos diante da realidade e dos fenômenos da natureza. O mito ensina o homem a ter certa conduta em relação aos seus semelhantes e outra em relação aos deuses que chegam a conceder valores morais de um grupo, para que ao longo do tempo, seja entendida como a sua diferença e reforça a crença naquilo que é explicado nos saberes mantendo a tradição de um povo. Tudo é herdado das gerações anteriores, dos ancestrais que são preservadas no meio tradicional. Os textos do livro Ticuna: guardiões da floresta, retrata um pouco da cultura Ticuna que vem nos demonstrar por intermédio dos aspectos culturais que na floresta existe os seus guardiões que nos fazem duvidar, mas quando participamos e vivenciamos o cotidiano do povo Ticuna vamos juntos percebendo a ação e reação destes seres da imortalidade, considerados “donos da floresta e protetores do que nela existe”. A partir dos fatos vivenciados e demonstrados, no interior da floresta, na roça, nos caminhos, na proa ou na popa das canoas, e junto e guiado por este povo, pela extensão do Alto Solimões, somos levados a acreditar naquilo que, para muitos não passa de ceticismo. Ficamos até surpresos com o que nos deparamos com as experiências no campo da investigação, mas o respeito prevaleceu. Muitas dessas experiências estão contidas no texto deste livro para que proporcione a outras pessoas também conhecerem, para que haja interpretações sobre tais questões que são típicas do universo Ticuna ocorridos no Alto Solimões- -Amazonas. Portanto, caros leitores recomendo o livro e lhes convido a fazer uma boa leitura para que juntos possamos fazer uma viagem imaginária pelo Alto Solimões com a permissão dos guardiões e dos guerreiros ancestrais Ticuna.