A Borboleta Amarela, De Braga, Rubem. Global Editora, Capa Mole, Edição 12ª Edição - 2019 Em Português

Descrição

As crônicas deste livro foram publicadas em diversos jornais entre janeiro de 1950 e dezembro de 1952, período em que Rubem Braga já era considerado um expoente da crônica na imprensa brasileira. Com seu lirismo e habilidade para captar e transmitir aspectos que parecem sem importância, Rubem destaca em suas crônicas o que pode haver de misteriosamente belo nas angústias e incertezas da vida, assim como aponta para a fugacidade da plenitude, sentimento almejado por muitos.

Neste jogo em que expectativa e realidade se confrontam, as visões e experiências mais prosaicas são transformadas pelo cronista em textos que sugerem que o foco não deve estar no fim, mas na jornada e no conjunto de experiências vividas. Os leitores encontram aqui uma amostra da potência narrativa do autor, que consegue extrair elementos latentes da alma humana em sua prosa detalhista.

É neste livro que Rubem Braga faz uma de suas mais conhecidas afirmações sobre a crônica, gênero que o consagrou: "Há homens que são escritores e fazem livros que são como verdadeiras casas, e ficam. Mas o cronista de jornal é como o cigano que toda noite arma sua tenda e pela manhã a desmancha, e vai."

A crônica que dá título ao livro ilustra como Rubem estava sempre atento para captar a simplicidade das coisas e ser comovido pelas manifestações de beleza que o cotidiano oferece. "Reparei que nenhum transeunte olhava a borboleta; eles passavam, devagar ou depressa, vendo vagamente outras coisas – as casas, os veículos ou a si mesmos –, só eu vira a borboleta, e a seguia, com meu passo fiel.