An-arquia Que Vem, A: Fragmentos De Um Dicionário De Polít, De Andityas Soares De Moura Costa Matos. Editora Sobinfluencia, Capa Mole Em Português
O que você precisa saber sobre este produto
- Capa do livro: Mole
- Manual.
- Número de páginas: 232.
- ISBN: 09786584744080.
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Características do produto
Características principais
Título do livro | AN-Arquia Que Vem, A: Fragmentos De Um Dicionário De Polít |
---|---|
Autor | ANDITYAS SOARES DE MOURA COSTA MATOS |
Idioma | Português |
Editora do livro | sobinfluencia |
Capa do livro | Mole |
Outras características
Quantidade de páginas | 232 |
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Tipo de narração | Manual |
ISBN | 09786584744080 |
Descrição
O léxico constitui o conjunto de palavras e expressões de que dispõem os falantes de certa língua para exprimir seus pensamentos. É exatamente neste sentido que deve ser compreendida a noção de léxico político, ou seja, um conjunto de formas pelas quais se pode pensar e experimentar a pólis, ou melhor, o poder.
A partir dessa constatação lançamos a hipótese segundo a qual a prolongada crise que atinge a política ocidental é resultado daquilo que podemos chamar de dicionarização da política. De fato, o dicionário é o dispositivo que pretende capturar em um todo fechado a multiplicidade da língua transposto para a política, esse esquema indica a tentativa de definir, de uma vez por todas, o que é a política e quais são seus procedimentos, com o que tudo aquilo que fica de fora passa a ser visto como antipolítica ou irresponsável utopia. Os lexicógrafos da política são as instâncias que personalizam o poder, que não só o exercem, mas o impõem aos demais enquanto fardo, controlando e determinando quais são as escolhas que podemos fazer, todas elas fixadas e rotuladas no dicionário da institucionalidade.
Nesse sentido, a crise da política que mencionamos anteriormente pode ser entendida como a percepção de que há algo fora do dicionário, de que a língua da política não se deixa cercar e domesticar, pois muito antes de quaisquer modelos ou desenhos institucionais se impõe a evidência da infundamentabilidade de qualquer poder, o que chamamos aqui de an-arquia, ideia que se comunica mas não se confunde com os anarquismos históricos. Assim, pensar politicamente significa pensar um fundamento sempre ausente e por isso mesmo recusar o gesto grandiloquente do dicionário total, preparando no máximo alguns verbetes fragmentários relativos a uma política que não se traduz em instituições constituídas tradicionalmente, mas remete à radicalidade da própria política, à sua raiz an-árquica, tratada de forma genealógica e crítica.
Este livro, com prefácio do filósofo Roberto Esposito, corresponde à tentativa de criticar o léxico político empobrecido a que nos acostumaram, e pensar outros por meio dos verbetes morte, linguagem, comunidade, comando, anarquia, pandemia, povo, democracia, utopia, distopia, estado de exceção, desobediência civil, política e teologia, encerrando-se com dezoito teses ao estilo benjaminiano em que evocamos a figura do anarquista francês Ravachol, “a voz da dinamite”, para com ela desinstituir as relações entre tempo, espetáculo e experiência.
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