Bolita De Gude, De Rafael Guimaraens. Editora Libretos, Capa Mole Em Português

Descrição

Gabriel vai passar um fim de semana com seus avós e se depara com um dilema que precisará resolver ao voltar para a escola. Percebendo a preocupação do neto, o avô decide compartilhar com ele os "tesouros" de sua própria infância, que mantém guardados em um baú: álbuns de figurinhas, gibis, bola de futebol, taco, time de botões e as bolinhas de gude. O avô ensina Gabriel a jogar bolita e relata um episódio de sua infância ligado ao jogo. A vivência compartilhada pelo avô inspira coragem em Gabriel para enfrentar seu problema.

A narrativa revela as brincadeiras favoritas do autor, Rafael Guimaraens, durante sua infância, como futebol e taco na rua, botão e pega-varetas na sala. Em frente à sua casa, em um trecho de terra, havia um espaço que servia de playground para as crianças da época. A história, que agora permanece viva na memória, inclui a águida, a bolita mais bonita que, segundo Rafael, ilumina nossas vidas eternamente.

Trecho:
"Bolita no gude, águida no nhaque, joelho sujo, mão firme, concentração, mira. Não vale 'mãozinha' nem 'facão'. Nicou. Errou, azar. Tirou a bolita do gude, joga de novo. Tirou todas, pelou o gude. Se é às brincas, devolve. Se é às ganhas, leva pra casa. Amanhã tem mais. Só não vale 'morrer'."

Para o ilustrador, Moa Gutterres, o jogo de bolita na sua infância, no bairro São Geraldo de Porto Alegre, era diferente: faziam uma estradinha cheia de curvas no areião da pracinha e criavam uma corrida de bolinhas de gude, pois eram muito ruins no jogo tradicional. Ele lembra bem de sua coleção de bolitas, um tesouro que guardava junto com o jogo de botão e pega-varetas.

Rafael Guimaraens, nascido em Porto Alegre em 1956, é autor de diversas obras, entre elas "O Livrão e o Jornalzinho", "Pôrto Alegre Agôsto 61", "Trem de Volta", "Teatro de Equipe", "Tragédia da Rua da Praia", "Abaixo a repressão – Movimento estudantil e as liberdades democráticas", "Teatro de Arena – Palco de resistência", "A enchente de 41", "Unidos pela liberdade!", "A dama da lagoa", "O sargento, o marechal e o faquir", "20 relatos insólitos de Porto Alegre", "Fim da linha – o crime do bonde", "O espião que aprendeu a ler" e "1935", além dos álbuns "Rua da Praia – um passeio no tempo", "Mercado Público – palácio do povo" e "Águas do Guaíba". Coordenou a edição do livro "Coojornal – um jornal de jornalistas sob o regime militar". Desde o início de sua carreira como escritor, participa de programas de incentivo à leitura e à cultura.