Breve Historia Da Carne: Breve História Da Carne, De Martins, Alessandra Affortunati. Série Ficção, Vol. Poesia. Editora Iluminuras, Capa Mole, Edição Literatura Nacional Em Português, 20
- Ano de publicação: 20
- Com índice: Sim
- Volume do livro: Poesia
- Capa do livro: Mole
- Coleção: Breve História da Carne.
- Gênero: Ficção.
- Subgênero: Poesia.
- Breve História da Carne.
- Número de páginas: 216.
- Com páginas para colorir.
- Com experiência de realidade aumentada.
- Dimensões: 22.5 cm largura x 15.5 cm altura.
- Peso: 0.52 g.
- ISBN: 09786555191974.
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Descrição
Tocar minha textura carnal exigirá tua escuta, diz um dos poemas deste livro. Vinda da escritora, que é também psicanalista, a palavra escuta impõe-se, aqui, como um convite raro e precioso: que eu, leitora (como você, que agora me lê), possa acolher a pulsação das palavras que querem ser carne – como a vulva logo após o gozo, como a boca quando se desata o riso, como os olhos diante do espanto. Como as pálpebras quando se cerram, na entrega ao sono e aos sonhos. Assim cada palavra, aqui, quer que isso se receba – na própria carne. Que nos deixemos vibrar, ao toque da linguagem, para escutar alguém: uma mulher.
Nos poemas assim como nos fragmentos em prosa que compõem a Breve história da carne, a vida vai cutucando a teoria, com ousadia e coragem. A teoria se vai lambuzando de fluidos e se agita, feliz e estranhada. A particularidade de uma mulher, em chave feminista, pois a filosofia não pode evitar a vida e a psicanálise não pode conter as convulsões da clínica, e para transmiti-las é necessário “ficcionalizar singularidades”.
Não se trata, porém, de circunscrever uma autoficção. Este livro é apelo à gente, é convite. Ele nos chama a esgarçar conjuntamente o tecido da teoria e a revirar suas bordas. E põe em ato, assim, o que me parece ser nossa tarefa histórica, em um país periférico e tão marcado pela violência de raça e de gênero: esquartejar e deglutir antropofagicamente as teorias para revelar — e pôr ao avesso — a hierarquia e a submissão que são seus recônditos alicerces.
Por isso a arte é aqui invocada, com Rosana Paulino, Ayrson Heráclito e Adriana Varejão, entre outros. Para revirar com força, com a mão, o que parece dado, o que parece pronto. O que parece verdade. Para fazer da carne, desenho. Para meter a mão em imagens e situações que a cultura nos oferece. E para modulá-las em imagens e poemas visuais de autoria própria.
O ponto de mira deste livro entreabre-se de repente, aqui e ali: a boceta. A boceta capaz de estraçalhar a narrativa dos dominadores. Imagem-furo que navalha a imagem-muro, eu diria, mas abre para outra coisa que não a suposta encarnação da castração no corpo feminizado.
O que ela afirma e desvela, barroca e insistentemente, é outra coisa: a presença encarnada, a presença pulsátil e bordejante da vulva. Tania Rivera
SOBRE A AUTORA
Alessandra Affortunati Martins é psicanalista, filósofa e escritora. Graduou-se em Psicologia (PUC-SP) e Filosofia (USP), é mestre em Psicologia Clínica (PUC-SP) e doutora em Psicologia Social (USP). Foi Honorary Research Fellow da Birkbeck, University of London e Gastwissenschaftlerin do ZfL-Berlin. É membra do GEPEF (Grupo de Estudos, Pesquisas e Escritas Feministas), do GT de Filosofia e Psicanálise da ANPOF e da SIPP (International Society of Psychoanalysis and Philosophy). É colunista da Revista CULT. Escreve artigos científicos estabelecendo interfaces entre Estética, Arte, Psicanálise e Filosofia. É autora de O sensível e a abstração (E-galáxia, 2020), Sublimação e Unheimliche (Pearson, 2017) e coorganizadora de Freud e o Patriarcado (Hedra, 2020).
Aviso legal
• Idade recomendada: de 3 anos a 99 anos.
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