Contratempo, de Mexia, Pedro. Editora Tinta da China Brasil, capa mole em português, 2016
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O que você precisa saber sobre este produto
- Ano de publicação: 2016
- Capa do livro: Mole
- Gênero: Literatura e ficção.
- Subgênero: Poesia.
- Número de páginas: 136.
- Dimensões: 130 mm largura x 185 mm altura.
- Peso: 178 g.
- ISBN: 9788565500234.
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Características do produto
Características principais
Título do livro | Contratempo |
---|---|
Autor | Mexia, Pedro |
Idioma | Português |
Editora do livro | Tinta da China Brasil |
Capa do livro | Mole |
Ano de publicação | 2016 |
Outras características
Quantidade de páginas | 136 |
---|---|
Altura | 185 mm |
Largura | 130 mm |
Peso | 178 g |
Gênero do livro | Literatura e ficção |
Subgêneros do livro | Poesia |
ISBN | 9788565500234 |
Descrição
Não deves abrir as gavetas/ fechadas, aconselha o poema que abre este livro, porque dentro delas encontraremos "mentiras" e "a imperfeição/ do mundo". A escrita de Pedro Mexia move-se sempre em direção ao fundo sedutor, enigmático, surpreendente e inútil das muitas gavetas que se abrem e se fecham, involuntariamente ou sob a força do desejo de rever, reviver, inventar. Mexia parece nos dizer todo o tempo que poesia é memória. E se afirma que "recordar já é quase/ um erro", observa, por outro lado, que "só sabendo isso os erros/ nos podem salvar." A consciência, de certo modo, suspende a falha. Ou ainda, se poesia é memória, e sua matéria é também a mentira, o erro, o engano e a ilusão, é certo que seu alto grau de consciência faz dela a mais alta sabedoria. Os versos de "Contratempo" fazem ver essa lucidez — na linguagem e da linguagem. No poema "Save", lemos que "a própria memória/ é uma mitologia". Mas não há dúvida de que a poesia — este livro nos prova isso — suspende as mitologias, mistificações e aut enganos, porque susta os julgamentos e faz do erro seu acerto. A poesia de Pedro Mexia transita quase sem espanto, desassombrada, por entre ruínas, lúcida e melancólica. Os versos fazem-se, sobretudo, com o diapasão da simplicidade. Os mistérios surgem então como resquícios, restos que emergem da lembrança, testemunhos silenciosos e confusos: casas, automóveis, livros, espingardas, fotografias, animais, canções. Eis uma escrita voltada para as coisas materiais — acumuladas no lixo ou num ferro velho —, mas que no seu apego à matéria e ao corpo não se recusa ao estranhamento, à surpresa, à dúvida. Por fim, mesmo este livro resulta da memória de outros livros — sete, para ser mais preciso — dos quais o autor selecionou os poemas com que se apresenta ao público brasileiro. A poesia portuguesa, mais uma vez, nos dá a chave certa. —Eucanaã Ferraz
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