Poemas Transcendentes, Poemas Imanentes, Poemas... - 1ªed.(2014), De Israel Klabin. Editora Topbooks, Capa Mole, Edição 1 Em Português, 2014
O que você precisa saber sobre este produto
- Ano de publicação: 2014
- Capa do livro: Mole
- Gênero: Poesia brasileira.
- Poesia.
- Número de páginas: 114.
- Peso: 228 g.
- ISBN: 09788574752464.
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Características do produto
Características principais
Título do livro | POEMAS TRANSCENDENTES, POEMAS IMANENTES, POEMAS... - 1ªED.(2014) |
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Autor | Israel Klabin |
Idioma | Português |
Editora do livro | Topbooks |
Edição do livro | 1 |
Capa do livro | Mole |
Ano de publicação | 2014 |
Outras características
Quantidade de páginas | 114 |
---|---|
Peso | 228 g |
Gênero do livro | Poesia brasileira |
Tipo de narração | Poesia |
ISBN | 09788574752464 |
Descrição
Encadernação: Brochura
Páginas: 114
Gênero: Poesia Brasileira
Formato: 15,5 x 23
Peso: 228 gramas
SINOPSE:
Considerado poeta bissexto por alguns, o que esta coletânea contradiz pela grandeza do que contém, Israel Klabin prova aqui ter produzido obra poética que merece ser reconhecida pela qualidade e pela resistência ao tempo. Industrial com protagonismo na empresa da qual seu pai, Wolf Klabin, foi um dos construtores, notabilizou-se também como prefeito do Rio de Janeiro, conferencista de circulação internacional, e à frente da pioneira Fundação que criou, uma das mais atuantes e influentes na ciência do desenvolvimento sustentável, reconhecida no Brasil e no exterior.
Homem de temperamento dinâmico e cosmopolita, não deixou que as solicitações do mundo o levassem a abandonar a poesia, ou ser abandonado por ela. Companheiro de geração do poeta e pintor José Paulo Moreira da Fonseca, privou da amizade de João Guimarães Rosa, Augusto Frederico Schmidt e tantos outros intelectuais e escritores que lhe aconselharam leituras fundamentais à época de seus 20, 30 anos. Com isso, criou apreço pelo verso longo, influenciado por Charles Péguy, Saint-John Perse, René Char, T. S. Eliot, e pelos grandes místicos de seu povo. Assim é que a poesia de Israel Klabin dialoga com a eternidade e com o presente.
É bom recordar que ele viveu, decerto, o dilema entre a vocação das letras e a de homem de ação, atuando durante o período desenvolvimentista de Juscelino Kubitschek e estabelecendo pontes entre o Brasil e o mundo. Integrou o grupo que ajudou a fundar o ISEB, e teve a seu lado, entre outros, o sociólogo Hélio Jaguaribe. Sempre aberto ao universal, fez-se interlocutor de Raymond Aron e Isaiah Berlin, bem como de empresários do relevo de Nelson e David Rockefeller, ou ainda de estrategistas do nível de Henry Kissinger. Teve participação importante na consolidação do Estado de Israel, e serviu diretamente a vários governos, estreitando afinidades com Golda Meir, Levi Eshkol e Shimon Peres.
Hoje, sua vocação de poeta é redescoberta neste Poemas Transcendentes / Poemas Imanentes / Poemas... Trata-se de uma poesia dotada da capacidade de transfigurar a realidade, porque a realidade não lhe basta, nem satisfaz sua energia transformadora. É uma poesia visionária, afeita ao vocabulário nobre, ao uso de metáforas que contemplam com alteza o horizonte desse tempo, cercado pela bruma do impossível. Klabin está marcado pelo Cântico dos Cânticos, de Salomão, o que designa sua religiosidade e a busca de um amor que é maior, por saber que as muitas águas não poderão apagá-lo. Mas, como o Apóstolo Paulo, também mantém o desejo de combater o bom combate, certo de que te acharei com braços feitos de luz, no fim dos tempos.
Estamos diante de uma poesia que caminha para o porvir; a palavra aqui é um instrumento para se alcançar o eterno. A amada é o tema quando o autor diz: Só no instante a posse é completa. Adiante se abre outro capítulo, Elêusis, que é trabalho do mito, onde se acha Thria, lugar de ventos fortes. Suscita o rito religioso grego em que os participantes se purificam no mar, seguindo em procissão, proibidos de falar sobre o ritual secreto. E o capítulo desencadeia no que chamo de prosopoema, espaço tênue entre poesia e prosa.
Cada referência é traço de passagem, como em Rharian, texto esotérico e luminoso, onde a deusa Deméter planta sementes de trigo; adiante, o Soneto I, sem seguir a forma tradicional, é pungente nos tercetos finais: "Quisera enfim, oh, vã loucura / teus olhos ter, teus olhos loucos/ teus olhos ter quando já morto. Não deixa de ser o transplante, aqui, do amador no ser amado, de que nos fala Camões. Com Joníada, prolonga-se a estranheza numa viagem até Cérbero, o cão dos Infernos; a seguir encontramos Nínive e vejam os leitores a sequência de lugares soturnos, em peregrinação até O Grande Peixe, na procura pela bem-aventurança. Mas não fica aí: o autor reinventa Kikaion (a árvore da sombra), onde toda a história é silêncio, sem amanhã.
Assim, num texto de textos que conduzem à vertigem, ele demonstra o quanto Paul Valéry tinha razão ao asseverar que o poema é o desenvolvimento de uma exclamação. E a exclamação, nesse caso, é toda de superação pela palavra. Os poemas de Israel Klabin compõem um livro denso, vigoroso, uma demonstração de que a grande arte sabe propiciar transcendência à história e aos homens. Eis aqui um poeta singular, cuja voz merece ser ouvida.
Carlos Nejar (da Academia Brasileira de Letras e da Academia Brasileira de Filosofia).
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