Anima Animalis - Voz De Bichos Brasileiros: Poesia: Nove Hai, De Savary, Olga. Editora Letra Selvagem, Capa Mole Em Português
O que você precisa saber sobre este produto
- Capa do livro: Mole
- Manual.
- Número de páginas: 152.
- ISBN: 09788561123024.
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Características do produto
Características principais
Título do livro | Anima animalis - Voz de bichos brasileiros: poesia: nove hai |
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Autor | Savary, Olga |
Idioma | Português |
Editora do livro | LETRA SELVAGEM |
Capa do livro | Mole |
Outras características
Quantidade de páginas | 152 |
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Tipo de narração | Manual |
ISBN | 09788561123024 |
Descrição
UM BESTIÁRIO PÓS-MODERNO
Prefácio de Christina Ramalho*
Um bicho salta das palavras, derrama seus mistérios em voz sucinta, metamorfoseia-se em línguas outras, faz-se gravura e volta ao habitat, ciente do roteiro cumprido. Surge novo bicho, mais outro, outro mais... e um híbrido bestiário pós-moderno se desenha ante nossos olhos, brasileiro, internacional, repleto de signos e senhas, convidando-nos ao passeio caleidoscópico entre asas, escamas, patas e pêlos. Presos nos gradis da vida, estamos nós a vê-los, enquanto eles, livres, desfilam, desafiam e se despedem. Eles são dez. Nós, muitos, multiplicados ainda mais pelo verbo que se faz verso em versões. Eles, todavia, possuem voz e imagem. Nós, quiçá tenhamos ouvidos e olhos para percebê-los.
Eis a ordem do desfile:
Beija-flor, ainda mais delicado nas vestes do hai-kai, sabe-se metáfora e esparge sobre nós vôos desejados.
Bode, humanamente, se debruça no espelho da mitologia e se vê fauno sedutor.
O cavalo, leitor de Quintana, põe em pauta a beleza e o poeta, num jogo de vice-versa, em que uma carta outrora lida motiva verso e conversa.
Jacaré tem palavra mais longa, como o desenho de seu corpo no mapa-múndi ancestral. Mas permanece no segredo de quem sabe nadar de costas em rio que tem piranha.
Lobo-guará, sul-americano desconfiado, fala de táticas e técnicas de quem sabe que sobreviver é uma ciência.
Peixe tem guelras sábias. Tanto faz: rio ou mar, a líquida estrada está lá.
Sapo conta sua sina de estar mais no encanto que na vida. Como nós, sempre esperando pelo beijo redentor.
Tamanduá desdenha a regra geral e exercita o direito a outras formas de desejo.
Touro, filósofo, conjuga tempo e pensamento no pasto da vida ruminante.
Urubu reveste a morte de vida no mais paradoxal dos vôos.
Liberdade, sedução, arte, mistério, ciência, adaptação, sonho, erotismo, pensamento, morte. E vida. Encerra-se o desfile. Presos, ainda, aos gradis, ficamos. Se quisermos. Porque a palavra liberta. Como disse Quintana, na carta já referida: “Que sobra então para a poesia? — perguntarás. E eu te respondo que sobras tu”.
Contou-me Olga Savary que a ideia do livro nasceu, em 1996, quando o gravador Marcelo Frazão a convidou para traduzir em texto imagens de animais que ele havia produzido usando as técnicas da gravura em xilo e metal. Os animais eram europeus. Olga, uma nacionalista ferrenha. Resultado? Conjugação de propósitos e este Anima Animalis – Voz de Bichos Brasileiros.
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