A queda dos Transformers: O que deu errado em “A Vingança dos Derrotados”?

A saga Transformers é uma das franquias cinematográficas mais icônicas das últimas duas décadas, combinando ação espetacular, ficção científica e uma rica mitologia. Desde seu início em 1986 até o recente lançamento de “Transformers One”, a série evoluiu, mudando de diretores e adaptando-se às demandas do público.

Contudo, apesar do sucesso, algumas edições deixaram fãs e críticos se perguntando o que deu errado. Neste artigo, focamos em “Transformers: A Vingança dos Derrotados”, um filme que, apesar de suas ambições, enfrentou várias críticas quanto à qualidade narrativa e estética.

A história dos Transformers no cinema começou em 1986 com “Transformers: O Filme”, uma animação que, embora não tenha sido um sucesso de bilheteria, lançou as bases para a popularidade futura da franquia. Este filme apresentou os Autobots, liderados por Optimus Prime, e os Decepticons, comandados por Megatron, em uma batalha épica que definiu a narrativa central da série.

Foi em 2007 que a saga deu um salto com a chegada de Michael Bay como diretor, que adaptou uma versão live-action que combinou efeitos visuais de ponta com uma narrativa centrada na batalha entre Autobots e Decepticons.

O sucesso comercial resultou em várias sequências: “Transformers: A Vingança dos Derrotados” (2009), “Transformers: O Lado Oculto da Lua” (2011), “Transformers: A Era da Extinção” (2014) e “Transformers: O Último Cavaleiro” (2017).

A cada filme, Bay continuou expandindo o universo dos Transformers, mas também aumentou a complexidade das histórias, resultando em uma recepção crítica mista. No entanto, a franquia permaneceu popular e lucrativa, tornando-se um fenômeno cultural.

A saga passou por uma mudança significativa com “

”, dirigido por Travis Knight em 2018, que ofereceu um enfoque mais emotivo e nostálgico. O filme marcou um retorno às origens da saga, com uma narrativa mais íntima e pessoal, recebendo críticas positivas e revitalizando o interesse na franquia.

Em 2024, a franquia deu mais um salto com o lançamento de “Transformers One”, uma animação que explora as origens dos personagens mais icônicos: Optimus Prime e Megatron. Sob a direção de Josh Cooley, essa nova edição evoca uma sensação de nostalgia, mas com um toque moderno e inovador.

Em “Transformers: A Vingança dos Derrotados”, a trama se passa dois anos após o primeiro filme. Sam Witwicky (Shia LaBeouf) se prepara para ir à faculdade enquanto tenta viver uma vida normal, mas logo se vê novamente envolvido no conflito entre Autobots e Decepticons, quando o temível Megatron retorna à vida.

A história se complica com a aparição de um novo vilão, Unicron, e a revelação de que os Transformers têm uma conexão com antigas civilizações humanas. Em uma tentativa de derrotar Megatron e suas forças, Sam e seus aliados, junto com os Autobots, devem desvendar um mistério antigo que pode mudar o curso da guerra.

“A Vingança dos Derrotados” foi uma produção gigantesca, com um elenco que incluía Shia LaBeouf, Megan Fox, Josh Duhamel, Tyrese Gibson e John Turturro, entre outros. Michael Bay, famoso por seu estilo visual e cenas de ação espetaculares, voltou à direção. A produção teve desafios logísticos, com locações ao redor do mundo, incluindo o Egito, onde foram gravadas algumas das cenas mais icônicas.

O design dos Transformers também evoluiu, com atenção especial aos efeitos visuais. No entanto, apesar da produção impressionante, o roteiro foi criticado por “falta de coerência e profundidade”.

Apesar de seu enorme sucesso comercial, arrecadando mais de 800 milhões de dólares globalmente, “A Vingança dos Derrotados” recebeu críticas mistas e, em muitos casos, negativas. Muitos se perguntaram: “Por que Transformers: A Vingança dos Derrotados é tão ruim?” As críticas focaram em aspectos como a complexidade da trama e a falta de desenvolvimento dos personagens, além de questões de tom e representação de gênero.

Um dos principais pontos de crítica foi a confusão causada pela trama. Diferente do primeiro filme, que tinha um conflito central claro, “A Vingança dos Derrotados” se desviou para várias direções, com uma quantidade excessiva de personagens e subtramas, o que desorientou o público.

A mistura de mitologia, história e ação resultou em uma narrativa convoluta, levando muitos espectadores a se sentirem perdidos e desconectados da história principal.

A falta de desenvolvimento significativo dos personagens também foi uma crítica recorrente. Os protagonistas, Sam e Mikaela, foram vistos como meros instrumentos em uma história desconexa, sem arcos narrativos profundos que permitissem ao público se conectar emocionalmente com eles. Outros exemplos são os personagens femininos, cuja presença se limitava a aparecer em cena, como foi o caso de Mikaela, interpretada por Megan Fox.

A superficialidade de seu desenvolvimento fez com que muitos críticos sentissem que o filme não captou a essência dos personagens introduzidos no primeiro filme.

O humor, que funcionou bem no primeiro filme, foi criticado por ser exagerado e fora de contexto na sequência. Essa inconsistência de tom afetou a seriedade de momentos importantes, tornando a experiência narrativa fragmentada. As cenas cômicas, em vez de alívio, pareciam distrações que diminuíram o peso da narrativa.

Embora as cenas de ação fossem visualmente impactantes, alguns críticos acharam que elas eram excessivas e desprovidas de emoção. A preferência pelo visual em detrimento do narrativo fez com que o filme se parecesse mais com uma série de espetáculos de efeitos especiais do que com uma história coesa. Essa desconexão entre ação e narrativa enfraqueceu a experiência geral dos espectadores.

Esses fatores levaram a uma reconsideração da direção futura da franquia. A resposta negativa da crítica obrigou os criadores a refletirem sobre o que funcionou e o que não funcionou nas edições anteriores. Essa introspecção culminou em uma mudança significativa com “Bumblebee”, que procurou retornar às raízes da saga.

O novo filme não só ofereceu uma narrativa mais focada e emocional, mas também apresentou personagens femininos mais fortes e tridimensionais, sendo bem recebido tanto pelos críticos quanto pelo público. “Bumblebee” destacou-se por combinar ação e desenvolvimento de personagens, criando uma experiência cinematográfica mais equilibrada e satisfatória.

Em “Transformers: A Vingança dos Derrotados”, Optimus Prime é morto em uma das cenas mais impactantes do filme. Durante uma batalha contra Megatron, Optimus é gravemente ferido e aparentemente morto. No entanto, ele é ressuscitado mais tarde com a ajuda de Sam Witwicky e da Matriz de Liderança, retornando para derrotar The Fallen na batalha final.

Por outro lado, Arcee não morre nesse filme. Embora ela tenha um papel menor como uma das Autobots que lutam ao lado dos humanos, sua morte não é mencionada. Nos filmes seguintes, seu personagem não retorna com importância na saga após “A Vingança dos Derrotados”.

Apesar das críticas, “Transformers: A Vingança dos Derrotados” conseguiu arrecadar mais de 800 milhões de dólares em todo o mundo, o que demonstra que, apesar da recepção negativa, havia um interesse significativo na franquia. No entanto, o legado do filme serve como um lembrete de como a ambição pode, por vezes, eclipsar a clareza narrativa e o desenvolvimento dos personagens.

A experiência de “A Vingança dos Derrotados” levou a franquia a reavaliar seu enfoque, o que culminou no sucesso crítico e comercial de “Bumblebee”, disponível gratuitamente

e na esperada “Transformers One”. 

Assim, embora “A Vingança dos Derrotados” possa ser considerada uma das edições mais fracas da saga, também funcionou como um catalisador para uma mudança necessária, que revitalizou a franquia e a direcionou para um futuro mais promissor.

“Transformers: A Vingança dos Derrotados” tem uma duração de 2 horas e 30 minutos (150 minutos).

O filme que sucede “Transformers: A Vingança dos Derrotados” é “Transformers: O Lado Oculto da Lua” (2011), que continua a saga e explora uma nova ameaça relacionada à chegada dos Autobots e Decepticons à Terra.