Bohemian Rhapsody: Como recriaram a magia de Freddie Mercury no biopic musical?

lançada em 2018, é uma cinebiografia que narra a vida do lendário cantor Freddie Mercury, líder da icônica banda britânica Queen, disponível no Mercado Play. Dirigido por Bryan Singer e estrelado por Rami Malek, o filme acompanha a trajetória de Freddie Mercury desde seus humildes começos até se tornar uma das figuras mais influentes do rock. O biopic narra os momentos-chave de sua carreira, incluindo seus sucessos, desafios pessoais e o mítico Live Aid em Wembley.

A produção foi um sucesso absoluto de bilheteria e ganhou diversos prêmios importantes, incluindo quatro Oscars: Melhor Ator para Rami Malek, Melhor Edição de Som, Melhor Mixagem de Som e Melhor Maquiagem e Penteado, consolidando-se como um poderoso tributo à música e à vida de Freddie Mercury.

O concerto de Live Aid de 1985 é lembrado como um dos momentos mais icônicos da história do rock, e recriá-lo no filme Bohemian Rhapsody não foi tarefa fácil. A seguir, contamos como a equipe de produção conseguiu capturar a essência desse dia histórico.

O Live Aid foi um concerto beneficente realizado simultaneamente em Londres e Filadélfia, em 13 de julho de 1985, organizado por Bob Geldof e Midge Ure. O evento reuniu grandes estrelas do rock da época, incluindo U2,

, Bob Dylan, Paul McCartney, Tina Turner e, claro, Queen. O objetivo era arrecadar fundos para combater a fome na Etiópia, que sofria com uma severa seca entre 1983 e 1985.

O carisma de Freddie Mercury e sua conexão com o público deixaram uma marca indelével. Segundo uma pesquisa, o show do Queen no Live Aid foi eleito o melhor concerto de rock de todos os tempos, com 79% dos votos.

Um dos maiores desafios foi recriar o palco do estádio Wembley, que passou por renovações ao longo dos anos. No entanto, uma réplica exata foi construída do zero no aeródromo de Bovingdon, Hertfordshire, Reino Unido. Cada detalhe foi meticulosamente replicado, desde amplificadores até cinzeiros nos bastidores. Brian May, guitarrista do Queen, comentou que a réplica era tão exata que, ao pisar no palco, sentiu-se transportado de volta para 1985. “Cada detalhe foi cuidado, até os pedais e as bitucas de cigarro,” revelou. Esse nível de precisão ajudou a imergir o público na atmosfera dos anos 80, recriando a experiência original do concerto.

Embora as cenas do concerto mostrem milhares de fãs eufóricos, a realidade é que a maioria deles foi criada por meio de CGI. O rodapé contou apenas com um grupo reduzido de figurantes, mas, graças à tecnologia de efeitos visuais, foi possível gerar uma multidão realista que capturou a energia daquele dia histórico. O uso do CGI não só permitiu a representação de uma plateia vibrante, mas também facilitou a criação de ângulos de câmera que seriam difíceis de conseguir em um único dia de filmagem. Essa inovação foi essencial para dar vida a um evento de tal magnitude.

Em 2010, Brian May anunciou à BBC que Sacha Baron Cohen havia sido escolhido para interpretar Mercury na cinebiografia sobre o cantor. Porém, em 2013, Cohen deixou o projeto devido a diferenças criativas com May. Em dezembro de 2013, foi oficialmente anunciado que Ben Whishaw (conhecido pelo papel de Michael Banks em O Retorno de Mary Poppins) seria o próximo ator a assumir o papel. No entanto, por novas divergências entre Whishaw e o diretor, ambos deixaram o projeto. Em 2016, com o diretor Bryan Singer e com o apoio de Brian May, Rami Malek foi finalmente confirmado para dar vida a Freddie Mercury.

dedicou meses para se preparar e recriar com precisão os movimentos e a energia de Freddie Mercury. Ele mergulhou na música do Queen, estudando não apenas as canções, mas também como Mercury se movimentava no palco e se comunicava com o público. A filmagem do concerto foi feita em uma única tomada de 22 minutos, gravada de forma contínua para capturar a emoção de uma só vez. Esse trabalho minucioso rendeu a Malek o Oscar de Melhor Ator.

Para que as cenas do Live Aid fossem o mais fiéis possível ao evento original, as gravações foram sincronizadas com os vídeos do show de 1985. A equipe de produção usou várias câmeras para capturar cada ângulo e detalhe do palco, garantindo um resultado impactante. Esse enfoque não só trouxe autenticidade, mas também fez com que os espectadores sentissem que estavam assistindo realmente ao evento.

A supervisora musical Becky Bentham trabalhou minuciosamente para que todas as músicas soassem autênticas e transmitissem a emoção do concerto original. A escolha das músicas foi essencial para recriar a magia de Freddie Mercury. O setlist incluía algumas das músicas mais icônicas do Queen, como Bohemian Rhapsody, Radio Ga Ga, Hammer to Fall, Crazy Little Thing Called Love, We Will Rock You e We Are The Champions. Esse último hino foi coreado pelo público em Wembley, Filadélfia e por milhões de espectadores ao redor do mundo..

O Live Aid foi mais do que um concerto; foi um movimento que reuniu músicos de todo o mundo para arrecadar fundos e conscientizar sobre a crise de fome na Etiópia. Em Bohemian Rhapsody, o espírito de unidade e esperança permeia o evento, relembrando a capacidade da música de unir as pessoas. Essa interpretação é uma fiel representação de um dos momentos mais memoráveis da carreira do Queen. O nível de detalhe na recriação do palco, nas performances dos músicos e na energia de Freddie Mercury faz dessa parte um dos pontos mais altos do filme.

Desde seu lançamento, Bohemian Rhapsody causou um impacto significativo na cultura pop. A cinebiografia não só reacendeu o interesse pela música do Queen, como também abriu um novo diálogo sobre a importância da diversidade e inclusão na indústria musical, representando a vida de Freddie Mercury, um ícone LGBTQ+.

Não foram usadas gravações originais do Queen nem a voz de Rami Malek; a produção contou com o cantor Marc Martel, que anos antes havia participado de um concurso organizado por Roger Taylor, ex-baterista do Queen, para cantar no projeto The Queen Extravaganza.

O dublador mexicano Héctor Emmanuel Gómez Gil Guzmán é quem faz a voz de Freddie na versão em espanhol latino. Héctor é conhecido por papeis como Kick Buttowski e por dublar atores como Zac Efron.

Após o lançamento do filme, foi lançado um CD da trilha sonora, contendo 22 músicas do Queen e gravações inéditas, incluindo várias canções do lendário show no Live Aid de 1985:

A recriação do concerto Live Aid em Bohemian Rhapsody foi tanto um feito técnico quanto um tributo emocionante a um dos maiores eventos da história da música. Da construção do palco à impressionante atuação de Rami Malek, cada detalhe foi cuidadosamente planejado para capturar a essência de Queen e seu lendário vocalista, Freddie Mercury. Assista Bohemian Rhapsody gratuitamente,