Câmera Voigtlander Brillant V6 Preto (Usado)

Descrição

PEDIDO DE SÚPLICA: Por favor leia toda a descrição deste anúncio. Além do teor educativo e de ajudar a acalmar a sanha dos compradores mais impulsivos (clique na opção "Ver descrição completa" em azul logo aí embaixo), eu garanto que as informações abaixo serão muito úteis na hora de decidir (ou não) pela compra deste produto, além de evitar perrengues como o estresse de um retorno.

Grato.

( Isso posto, vamos ao que interessa ) :-D

Câmera Voigtlander Brillant V6 ( Versão de Antes da Guerra )

Lançada em 1932, a câmera Brillant faz parte de uma longa linha de câmeras de filme caixote (como a Kapsa) só que estilizada na forma de uma TLR como as Rolleiflex.

Isso porque, ao contrário da Rollei, seu visor de reflexo só serve para enquadrar a imagem (vide foto 7/12), sendo que o foco da objetiva que captura a imagem normalmente é fixa ou a distância é aplicada diretamente na sua escala de foco (caso dessa Brillant).

Daí vem o seu apelido: Sudo-TLR ou Pseudo-TLR. Sendo que os modelos mais conhecidos são a Kodak Dualflex, a Olbia 6x6, a Ensign Full-Vue, etc.

Inicialmente o corpo da Brillant era feito de metal, mas a partir de 1937 ela passou a ser feita de baquelite e o seu desenho básico manteve-se praticamente inalterado até o encerramento da sua produção em 1951.

Para mim, uma das maiores curiosidades da Brillant é que ela foi concebida não como um produto único e sim como uma plataforma que, como nos carros, a partir da sua versão "pé de boi", a empresa oferecia diferentes opções de lentes, disparadores e até acessórios para atender a diferentes bolsos e gostos, chegando na Brillant S, o topo de linha equipado com a objetiva Heliar (5 elementos em 3 grupos, a mesma usada na Bessa II) montada num disparador Compur e com mecanismo de foco por meio de rodas dentadas que, por sinal foi copiada pelos russos e usada na Lubitel 166.

Tecnicamente falando, ela é uma câmera de médio formato capaz de capturar 12 imagens no formato 6x6 em filme 120. Seu sistema de transporte lembra as primeiras Rolleicord IIe, onde a primeira chapa é posicionada com o auxílio da janela vermelha (foto 4/12) e, a partir disso, o usuário aciona o seu mecanismo automático de avanço do filme e o contador de fotos (foto 5/12).

Como o seu visor de capuchão não foca, ele não possui lupa, mas conta com um visor esportivo (foto 8/12).

Fechado ele mede 90 x 120 x 93 cm (LxAxP) e pesa 563 gramas.

Outra curiosidade do seu desenho é a existência de um pequeno compartimento lateral na forma de armário (com portinha e tudo! — foto 9/12) com espaço para guardar um filtro amarelo e um fotômetro de extinção (ou “Belichtungsmesser”), mas como disse antes, eles faziam parte do “pacote de acessórios” da câmera sendo que ele podia vir cheio ou vazio dependendo da versão comercializada.

Do mesmo modo, o conjunto da objetiva e disparador também variava, sendo que neste caso ela vem equipada com uma versão intermediária formada pela objetiva Voigtlander Anastigmat Voigtar (3 elementos em 3 grupos) de 75mm f/6.3~f/16 montada num disparador Gauthier (AGC) Singlo de três velocidades (1/25, 1/75, B e T) (foto 6/12), cujo funcionamento é bastante simples já que o seu mecanismo de disparo é de dupla-ação controlado por uma única alavanca.

O curioso é que ele possui temporizador mas não conta com sincronismo de flash.

O seu sistema de foco é por escala, mas como mas Olympus Trip 35 ela possui posições pré-definidas para fotos de paisagem, grupos e retratos.

Resumindo, trata-se de um modelo mais de entrada voltado para o público amador interessado em tirar fotos de amigos e familiares, além de registrar lembranças de viagens e passeios.

Sobre a câmera anunciada:
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1. Por ser uma câmera “popular” mais voltada para segmento de valor, ela não possui número de série gravada no corpo de modo que não posso precisar sua idade.

1.1. O palpite é que se trata de um modelo de transição por possuir características da primeira versão da V6 (1937~38) como a velha trava dupla (foto 4/12) de gancho e a nova porta de acessórios com dobradiça introduzida em 1939 (foto 9/12).

1.2. Fora isso, como o disparador Singlo deixou de ter o ajuste “T” depois da guerra, isso me leva a crer que essa V6 foi produzida entre 1939 e 1945.

2. Esteticamente falando, para uma câmera com mais de 80 anos nas costas ELA ESTÁ BEM CONSERVADA (algo como uma nota 8,5 numa escala de 0 até 10).

2.1. Isso porque o seu corpo não possui marcas de riscos, batidas, raladas e principalmente NENHUMA PARTE QUEBRADA OU PEÇA FALTANDO, o que é algo notável para uma câmera feita de bakelite, um tipo de plástico rígido que não costuma resistir a batidas muito fortes.

2.1.1. Existe apenas UMA TRINCA NA TAMPA TRASEIRA na altura das travas (foto 11/12) que, por enquanto, está estável de modo que eu acho q não vale a pena mexer nela.

2.2. O MESMO PODE SER DITO DO ESTADO QUASE IMPECÁVEL DA SUA PINTURA E DO PAINEL FRONTAL COM A MARCA VOIGTLANDER QUE, COSTUMA SE SOLTAR E SE PERDER COM O PASSAR DO TEMPO (foto 1/12).

2.2.1. AS ÚNICAS PARTES COM ALGUMA FALHA NA PINTURA ESTÁ NAS BORDAS NO DISPARADOR SINGLO E NAS BORDAS DAS TRAVAS DE GANCHO.

2.3. O INTERIOR DA CÂMERA POSSUI UMA SUJEIRA NA FORMA DE PONTOS CLAROS QUE ME PARECE SER ALGUM TIPO DE CONTAMINAÇÃO QUÍMICA OU FUNGO CAUSADO PELA IDADE (foto 10/12).

3.. O DISPARADOR SINGLO FUNCIONA PERFEITAMENTE, ASSIM COMO O MOVIMENTO DO ANEL DE FOCO E O AJUSTE DE ABERTURA, CUJO DIAFRAGMA DE 10 PALHETAS ESTÁ LIMPA E LIVRE DE ÓLEO (foto 6/12).

3.1. O UNICO DETALHE QUE NOTEI É QUE O TEMPORIZADOR (a alavanca vermelha) FUNCIONA, MAS ELE NÃO ESTÁ ENGATANDO NO MECANISMO DE DISPARO.

4. JÁ A SUA OBJETIVA VOIGTAR POSSUI LEVES MARCAS DE POEIRA E DE FUNGOS NO SEU INTERIOR.

4.1. Mas como essa lente é RELATIVAMENTE, SIMPLES SUA LIMPEZA NÃO É DIFÍCIL DE SER FEITA e o fato dos seus elementos ópticos não terem tratamento anti-reflexo (ou coating) NÃO EXISTE O RISCO DO FUNGO DEIXAR MARCAS NA SUPERFÍCIE DA LENTE.

5. Já o mecanismo de transporte do filme ESTÁ FUNCIONANDO, SÓ QUE O MECANISMO DE ZERAR O CONTADOR DÁ UMAS ENGASGADAS DEVIDO A FALTA DE LUBRIFICAÇÃO.

6. O visor óptico funciona perfeitamente, MAS O ESPELHO TEM UM POUCO DE POEIRA NA SUA SUPERFÍCIE, MAS ISSO NÃO INTERFERE NO SEU USO.

6.1. Aliás, devido ao fato desse visor não ter tela de foco (fresnel), ela é super luminosa (daí o nome “Brillant”)

6.2. O capuchão abre e fecha perfeitamente, assim como o seu visor esportivo.

7. JÁ O COMPARTIMENTO DE ACESSÓRIOS ESTÁ PERFEITO SENDO QUE A PORTA ABRE E FECHA NORMALMENTE.

7.1. Mas por se tratar de uma versão de entrada, ELA NÃO VEIO COM O FILTRO AMARELO NEM O FOTÔMETRO DE EXTINÇÃO.

Tudo isso posto, ESTOU OFERECENDO ESSA CÂMERA, NO ESTADO SEM GARANTIA E POR UM PREÇO MAIS EM CONTA.

Devido ao seu estado de conservação eu recomendaria essa Brillant mais como uma peça de coleção, mas nada impede que a mesma possa ser usada para tirar fotos, mas para isso eu recomendaria levá-la para o seu técnico de confiança para limpar a lente e lubrificar o mecanismo de transporte.

Sob esse ponto de vista, considere essa Brillant como um carro antigo e bem exótico que passou décadas parado no fundo da garagem até ser descoberto por algum entusiasta e/ou colecionador no melhor estilo "barn find"— ou seja — apesar dele estar até funcionando é recomendável levá-lo para um mecânico para realizar ajustes e pequenos reparos, além de checar o óleo, filtros, freios, etc.

Por favor, leve tudo isso em consideração antes de decidir pela compra do mesmo para evitar perrengues como um retorno (que para você não vai custar nada, mas para mim vai porque o ML joga esse custo nas minhas costas).

O produto vai como está nas fotos, sem nenhum acessório extra.

Grato pela atenção.

Sem garantia