Guitarras Fender Pau Ferro vs Rosewood: qual escolher?

As guitarras Fender fazem parte da música desde a década de 1950. De lá para cá, diversas linhas de produção apareceram no mercado, mantendo o design e características típicas dos modelos clássicos, mas apresentando variação em relação ao uso de madeiras, captadores e mesmo combinações para a confecção dos instrumentos. Assim, mesmo mantendo a qualidade, é possível encontrar diferenças entre linhas de modelos.

Portanto, podemos ter dúvidas no momento de escolher, dado que em grande parte dos modelos é possível decidir qual será a madeira usada na escala. Isso influencia o aspecto visual do instrumento, além de ter papel determinante na suavidade do toque do guitarrista e na produção tímbrica do instrumento (afinal, é no diapasão ou escala que as cordas são pressionadas).

Pensando em esclarecer esse ponto, explicamos, neste artigo, as principais diferenças entre o Pau Ferro e o Rosewood, madeiras escuras utilizadas na escala de diversos modelos de guitarra Fender. Além disso, separamos 3 guitarras para cada tipo de escala, para você ter opções de grandes instrumentos para escolher conforme seu gosto pessoal. Então, segue com a gente para saber mais!

Desde o lançamento do primeiro modelo, a Fender Telecaster, em 1950, a marca lançou outros modelos e uma série de diferentes linhas de produtos, com a presença dos modelos clássicos com alterações entre os produtos top (como as guitarras da linha Professional II ou Deluxe). Assim, poderíamos enumerar dezenas de guitarras lançadas pela empresa ao longo de mais de 7 décadas. 

Porém, podemos classificar os tipos de guitarras de acordo com o modelo geral, ou seja, de acordo com aquelas guitarras que apresentam design típico, com características que não costumam variar mesmo entre “guitarras do mesmo tipo” pertencentes a diferentes linhas de instrumentos (como ocorre com a Telecaster American Professional II e a American Player).

Com isso, podemos encontrar os modelos a seguir.

Modelo clássico reconhecido como o primeiro a apresentar a guitarra elétrica de corpo sólido para o mundo. Conta com desenho simples, com apenas um cut, além da presença característica de 2 captadores single-coil e ponte fixa. Também é marca registrada do modelo a presença de chave seletora de 3 posições, além de dois controles, um de volume e um de “tone”, ambos gerais. 

É o modelo mais emblemático da empresa, lançado alguns anos após a Telecaster. Com double cut e corpo sofisticado, com curvaturas de profundidade que permitem ergonomia ao sustentar o instrumento e tocar notas agudas, a Stratocaster ficou conhecida pelo seu conforto e sonoridade.

O modelo traz 3 captadores single-coil, com chave de 5 posições, o que possibilita uma grande variação tímbrica e diferentes usos para o instrumento. Além disso, sua ponte é semiflutuante, com sistema de apoio duplo e um bloco de metal sustentado por molas, que permite o movimento da ponte e mudança de tensão momentânea das cordas. 

Os 3 modelos aparecem após a Stratocaster e, mesmo que tenham características próprias, trazem desenho que remete ao modelo de maior sucesso da marca. Ainda assim, são características por outros aspectos, como a ponte tremolo para a Jazzmaster, Mustang e Jaguar, ou a presença de captadores P90, típicos da Fender para o modelo Jazzmaster.

Também é interessante notar as diferentes chaves e potenciômetros da Jaguar, que permitem ainda mais possibilidades tímbricas ao alterar o sinal dos diferentes captadores (que costumam ser humbucker). 

O Pau Ferro é uma madeira típica do Brasil, não usada para a construção de escalas até pouco tempo atrás. De fato, o Pau Ferro era comumente usado para fundos e aros de violões. Em relação às suas características na escala, a madeira tem ataque rápido e som brilhante. Vale destacar o uso do Pau Ferro devido à preservação e sustentabilidade, já que o Rosewood foi explorado por décadas. 

Como o Pau Ferro tem menor densidade que o Rosewood, a absorção de algumas vibrações pelo braço do instrumento é menor, o que produz o som com maior clareza e um timbre mais “aberto”. Isso caracteriza o som dos instrumentos, realçando, por exemplo, o “estalado” típico de modelos com a escala clara, feita em madeira Bordo (Maple), porém com mais suavidade e maciez no toque. 

Características

As guitarras Fender com Rosewood se caracterizam pelo sustain proporcionado por esse tipo de madeira no diapasão, que permite que a nota siga soando por bastante tempo após ser tocada pelo guitarrista. Além disso, o Rosewood é muito resistente, sendo uma madeira dura que pode suportar diversas alterações de pressão e umidade. 

Outra característica dessa madeira é a de “amortecer” o som áspero dos modelos com diapasão em Maple. Ou seja, a escala em Rosewood atenua os agudos, o que pode ser útil para quem busca a sonoridade dos captadores da ponte, mas não quer um som com ataque excessivo. Por fim, vale destacar a maciez do Rosewood, que nos permite ter agilidade ao tocar e facilita o uso de técnicas como tremolos, vibratos e bends. 

Características

Abaixo, selecionamos 3 modelos de guitarra Fender com escala em Pau Ferro, para você que busca um toque suave com ataque forte e som rico em agudos e médios. 

Modelo profissional com relação custo-benefício, a Fender

traz a opção de escala em Maple (clara) ou em Pau Ferro (escura). No último caso, temos um diapasão duro e feito por uma madeira de poros fechados, que garante uma menor absorção das vibrações e um som rico em agudos. 

O modelo é um dos mais básicos a nível de construção e componentes (principalmente os captadores) das linhas de produção top da Fender. Ainda assim, é de uso profissional para apresentações ao vivo e gravações. A guitarra conta com trastes jumbo e com 3 captadores single-coil Player Series Alnico 5, com chave seletora de 5 posições. Por fim, a guitarra tem corpo em Amieiro.

Com a presença de 2 captadores Humbucker Player Series Alnico 2, a

tem ponte tremolo, trastes medium jumbo e chave seletora de 3 posições. Assim, é um modelo versátil, indicado para quem busca o timbre cheio característico dos humbuckers, mas com o brilho possível com o uso de Pau Ferro. 

O corpo da guitarra é feito em Amieiro e o braço em Maple (Bordo).

A

é um modelo pertencente à linha “Player”, que traz o corte típico dos modelos Telecaster, a um preço mais acessível que os modelos de linhas superiores da Fender. Ainda assim, é uma guitarra de uso profissional e bastante versátil, confeccionada com cuidadoso acabamento e disponível em diversas cores. 

Vale lembrar que a configuração padrão conta com 2 captadores Player Series Alnico 5 Tele Single-Coil, pensados especialmente para essa guitarra. Ainda assim, encontramos variações, como o modelo com humbucker na ponte. Ah, é importante saber que a guitarra tem ponte fixa.

Como modelo sofisticado e de alto nível,

apresenta corpo sólido em Pinheiro ou Amieiro, além do tradicional corte no corpo da guitarra e a presença de um diapasão com 22 trastes.

A ponte é semiflutuante, com carrinhos independentes para cada corda. Por outro lado, o modelo conta com 3 single-coil do tipo Single V-Mod II Strato e a clássica e chave seletora de 5 posições. 

Seguindo o outro modelo da linha (a Stratocaster), a

apresenta versões com diapasão em Maple ou Rosewood (Pau Rosa). Este, garante timbre mais aveludado e maior maciez para executar as notas na guitarra, graças às características próprias da madeira. 

Com configuração clássica para o modelo, essa Telecaster aparece como uma das guitarras top de linha da Fender. Ela tem 2 captadores Single V-Mod II Tele e apresenta corpo em Amieiro e braço em Bordo (Maple). Por fim, vale lembrar que ela possui ponte fixa ao estilo tradicional, com carrinhos que controlam a altura de duas cordas por vez. 

A

é um modelo topo de linha convencional da Fender, que reúne as melhores configurações da empresa para o modelo. Ela possui acabamento detalhado e sofisticado, além de madeiras de qualidade, como Amieiro para o corpo e Maple (Bordo) para o braço.

Seu desenho é clássico das Stratocasters, e o modelo conta com 3 captadores single-coil Ultra Noiseless Vintage, chave de 5 posições e ponte semiflutuante, do tipo tremolo, clássico para as Stratocasters. Enfim, esse modelo é indicado para músicas profissionais. Por fim, vale lembrar que há opção de escala em Maple. 

Visualmente, o Rosewood é mais escuro que o Pau Ferro, e apresenta um aspecto mais uniforme nos veios da madeira. Além disso, o Rosewood é mais denso, o que confere um som mais aveludado, com atenuação de frequências agudas, e também é um pouco mais suave de tocar que o Pau Ferro.

Por outro lado, o Pau Ferro é menos denso e, com isso, proporciona um som mais “seco”, com realce para frequências médias e agudas, o que confere mais ataque às guitarras com esse tipo de diapasão. 

Se você busca uma guitarra com maior sustain, som aveludado e cheio, e com uma madeira mais nobre, deve escolher as guitarras com escala em Rosewood. Porém, se a sua busca é por um som mais estalado e rasgado, com agudos marcados, a escolha deve ser pelo Pau Ferro.

Assim, também podemos afirmar que não há uma madeira melhor que a outra, mas sim que ambas têm características diferentes. Porém, o Rosewood passa por maiores controles de extração, e, assim, também tem valor mais alto e é usado em guitarras de nível superior. 

Seja pela busca de um som rasgado e cheio de médios e agudos, ou o gosto pela sonoridade cheia e aveludada, todo tipo de guitarrista poderá satisfazer suas demandas com as guitarras de Rosewood ou Pau Ferro. E, quando falamos em instrumentos Fender, sabemos que, independente da escolha, teremos um instrumento de alto nível e para uso profissional.

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